Uma pergunta (que surgiu não só desse áudio em específico, mas também das aulas do curso + seu livro da Borboleta Azul + algumas outras aulas suas por aqui): Tem algum momento/alguma iniciativa em que faz sentido ter crédito subsidiado do BNDES? Ou é geralmente só uma praga que dá sobrevida a empresas ineficientes?
Aleatoriedades não relacionadas: é meu primeiro comentário por aqui, e queria te parabenizar MUITO por toda a pesquisa e conteúdo! Trabalho no mercado financeiro (onde executamos economia sem conhece-la rs) e é impressionante como a matéria que você traz aqui junta academia com realidade diária e é atualíssima. Ex: nunca tinha ouvido falar de Hidrogênio verde, você falou disso super recentemente e ONTEM recebi um projeto disso no banco rs estou abismada até agora. Muito obrigada por esse trabalho super útil e inspirador!
Definitivamente o neoliberalismo é uma força ideologica reconhecida por diversos pensadores independente do seu campo ideologico e me interessa muito o fenômeno atual de se desqualificar por completo o que vem sendo debatido sobre o assunto.
Monica queria te perguntar sobre a conexão destas ideias com a Políticas orientadas por Missões (POM) da Marian Mazzucato e Caetano Penna (CGEE) proposto para a inovação no País? E sobre o papel do Estado como indutor?
Uma das razões que me fizeram seguir Monica desde quando a vi pela primeira vez (no Programa Roda Viva sobre o governo Dilma) foi sua honestidade intelectual. Não se permitir rotular como ortodoxa, heterodoxa, liberal, desenvolvimentista, comunista...diferencia e credibiliza ainda mais seu conteúdo. Infelizmente, muitos acadêmicos preferem entregar narrativas ideológicas em vez de análises técnicas e imparciais. Parabéns pelo brilhantismo e pela seriedade com que trata seu trabalho.
A partir de 2013, os Impactos decorrentes da diminuição das exportações de commodities do Brasil foram devastadores.
Os preços das commodities caíram - alguns, como os preços do petróleo, de forma dramática - e permaneceram fracos. Fato que levanta duas importantes questões: Em primeiro lugar, como é que este declínio afetou o crescimento nos anos subsequentes? Em segundo, se esta desaceleração cíclica acarretou num arrefecimento do crescimento da economia, como o governo deveria ter reagido a esta mudança de cenário?
Olhando os dados de exportação de 40 commodities ao longo de 50 anos, a partir dos anos 60 até 2014, o "staff paper" do FMI estimava que as quedas nos preços das commodities poderia provocar uma diminuição de 1 ponto percentual por ano na taxa média de crescimento das economias emergentes em 2014, e nos próximos dois anos, em comparação com os três anos anteriores. Repare que com a inversão do ciclo dos negócios ocorre um efeito perverso que gera crescentes déficits públicos, e, por consequência, de crescimento da dívida pública interna.
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) é uma instituição financeira que tem como objetivo financiar projetos que contribuam para o desenvolvimento econômico e social do país. Durante o período do "Boom das Commodities", algumas empresas exportadoras brasileiras de proteínas animais foram financiadas pelo BNDES.
No caso da carne bovina, as três principais empresas exportadoras (JBS, Minerva Foods e Marfrig) receberam financiamento do BNDES em diferentes momentos. Em 2007, a JBS recebeu um empréstimo de R$ 2,5 bilhões do banco para aquisição da Swift & Company nos Estados Unidos. A Minerva Foods também recebeu apoio do BNDES em 2013, quando o banco concedeu um empréstimo de R$ 550 milhões para expansão da empresa. A Marfrig também recebeu financiamento do BNDES para aquisição de empresas e expansão dos negócios.
No caso da carne suína, a BRF (antiga Brasil Foods) recebeu apoio financeiro do BNDES em diferentes momentos, incluindo empréstimos para aquisições de empresas e investimentos em novas unidades produtivas.
Já no mercado de carne de frango, a JBS e a BRF também receberam financiamento do BNDES em diferentes ocasiões para aquisição de empresas e expansão das atividades.
É importante ressaltar que o financiamento do BNDES para empresas exportadoras varia de acordo com cada caso e pode mudar ao longo do tempo.
BNDES financiou algumas das maiores empresas nacionais exportadoras em cada setor durante o período do "Boom das Commodities". Abaixo estão as empresas que receberam apoio financeiro do banco:
Soja: Tanto a Cargill quanto a Bunge receberam financiamento do BNDES em diferentes ocasiões para investimentos em suas operações de soja no Brasil.
Minério de ferro: A Vale recebeu apoio financeiro significativo do BNDES ao longo dos anos para expansão de suas atividades de mineração, incluindo no mercado de minério de ferro. Já a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) também recebeu financiamento do BNDES para seus investimentos em mineração.
Ouro: A Anglo Gold Ashanti e a Kinross Gold Corporation não receberam financiamento direto do BNDES, mas a instituição financeira atuou no setor de mineração em geral, financiando projetos de empresas do segmento.
Gás natural: A Petrobras recebeu financiamento significativo do BNDES ao longo dos anos para investimentos em exploração e produção de petróleo e gás natural. Já a Shell não teve financiamento direto do BNDES, mas o banco atuou no setor de energia em geral, financiando projetos de empresas do segmento.
Trigo: Tanto a Bunge quanto a Cargill receberam financiamento do BNDES em diferentes ocasiões para investimentos em suas operações de trigo no Brasil.
Alumínio: A Alcoa recebeu financiamento do BNDES para investimentos em suas atividades de mineração e produção de alumínio no Brasil. A CBA (Companhia Brasileira de Alumínio), por sua vez, também recebeu apoio financeiro do BNDES em diferentes ocasiões.
Milho: Tanto a Cargill quanto a Bunge receberam financiamento do BNDES em diferentes ocasiões para investimentos em suas operações de milho no Brasil.
Cobre: A Vale recebeu apoio financeiro significativo do BNDES ao longo dos anos para expansão de suas atividades de mineração, incluindo no mercado de cobre. Já a Anglo American também recebeu financiamento do BNDES para seus investimentos em mineração.
Arroz: Tanto a Louis Dreyfus Company quanto a Cargill receberam financiamento do BNDES em diferentes ocasiões para investimentos em suas operações de arroz no Brasil.
Açúcar: A Copersucar recebeu financiamento do BNDES para investimentos em suas atividades de comercialização e logística de açúcar e etanol no Brasil. A Louis Dreyfus Company, por sua vez, também recebeu apoio financeiro do banco em diferentes ocasiões.
Algodão: Tanto a Bunge quanto a Louis Dreyfus Company receberam financiamento do BNDES em diferentes ocasiões para investimentos em suas operações de algodão no Brasil.
As exportações de proteínas animais, como carne bovina, suína e de frango, tiveram grande destaque no comércio internacional durante o período do "Boom das Commodities". O Brasil é um dos principais exportadores mundiais desses produtos.
No caso da carne bovina, o Brasil é o maior exportador mundial, seguido pela Austrália. Em relação à carne suína, o Brasil ocupa a quarta posição no ranking mundial, atrás de países como Estados Unidos, Alemanha e Espanha. Já no mercado de carne de frango, o Brasil é o maior exportador mundial, seguido pelos Estados Unidos.
As principais empresas brasileiras exportadoras de proteínas animais são:
Carne bovina: JBS, Minerva Foods e Marfrig
Carne suína: BRF, Aurora Alimentos e Frimesa
Carne de frango: JBS, BRF e Aurora Alimentos
É importante ressaltar que as empresas e a posição do Brasil no ranking de exportadores podem variar ao longo do tempo, mas essas foram as maiores exportadoras brasileiras de proteínas animais durante o período do "Boom das Commodities".
Durante o período do "Boom das Comodidades", entre 2002 e 2012, as 12 principais mercadorias transacionadas no comércio internacional foram:
Petróleo
Minério de ferro
Ouro
Soja
Gás natural
Trigo
Alumínio
Milho
Cobre
Arroz
Açúcar
Algodão
O Brasil teve uma participação significativa em algumas dessas commodities. No caso da soja, o Brasil é o maior exportador mundial e o segundo maior produtor, atrás apenas dos Estados Unidos. No mercado internacional de minério de ferro, o Brasil é o segundo maior produtor e exportador, atrás apenas da Austrália.
As duas maiores empresas nacionais exportadoras em cada setor são:
Soja: Cargill e Bunge
Minério de ferro: Vale e CSN (Companhia Siderúrgica Nacional)
Ouro: AngloGold Ashanti e Kinross Gold Corporation
Gás natural: Petrobras e Shell
Trigo: Bunge e Cargill
Alumínio: Alcoa e CBA (Companhia Brasileira de Alumínio)
Milho: Cargill e Bunge
Cobre: Vale e Anglo American
Arroz: Louis Dreyfus Company e Cargill
Açúcar: Copersucar e Louis Dreyfus Company
Algodão: Bunge e Louis Dreyfus Company
É importante ressaltar que a participação das empresas pode variar ao longo do tempo, mas essas foram as maiores exportadoras brasileiras durante o período do "Boom das Comodidades".
os outros episódios foram muito muito elucidativos. não achei que tenha sido o caso desse. Monica diz que a política de campeões nacionais no Brasil não foi tão eficiente quanto a do Japão,. China etc, mas não ficou exatamente claro por que não
devido ao path dependence? no fim, "tudo" se explica ao modo como nos industrializamos?
se assim for, como nos reindustrializaremos se nosso path dependence determina quem somos? a dúvida é, determinará quem seremos?
Também fiquei com mesma impressão. Não ficou claro para mim por que a política de campeões nacionais do Brasil não deu certo. Mas confesso que ficou no ar uma ideias, embora vaga, de que os setores e empresas escolhidos não eram necessariamente relevantes do ponto de vista de uma estratégia de desenvolvimento nacional mais ampla, estrutural. Se for o caso, por que, então, foram escolhidas? Lobbies? Conchavos? Troca de favores? Incapacidade dos tais setores estratégicos de exercer influência na política em um contexto no qual estavam eclipsados pelo agro fortalecido graças ao boom das commodities impulsionados pela demanda chinesa? Subserviência do Estado a essa classe ligada ao agro? Um pouco de tudo?
Monica De Bolle levantou a bola da “classificação” dela como economista, recusando de saída eventual etiqueta de “ortodoxa” ou “heterodoxa” que se queiram nela colar, e o colega-ouvinte Romeu Temporal subiu na rede e desceu o braço, em moderada defesa dos possíveis “heterodoxos” da Unicamp. Se pôs no chão ou não a redonda, não interessa, até porque certamente não é intenção dele fazer tempestade em copo d’água. Mas esse jogo é importante, porque nos leva a refletir sobre a questão do método. Nada sei de medicina mas sei o suficiente para saber que, antes de tocar no meu corpo, um médico deve higienizar as mãos e usar luvas (ou então que, não tendo ele um CRM, tenha comprovado acesso às divindades). Do mesmo modo, pouco sei de economia, mas sei o suficiente para saber que o economista deve informar com que tipo de dados e informações está trabalhando. Sejam estes primários ou secundários, as fontes credenciadas de onde foram extraídos devem ser oferecida para que qualquer pessoa, caso queira, possa reconstruir os argumentos que apresenta em apoio de suas teses. Com essa lógica, De Bolle apresenta evidências que desqualificam o argumento de que a desindustrialização teria sido obra do “neoliberalismo”. E também Pedro Ferreira, em seu elogiado “Uma história de desigualdade”, pode demonstrar a falsidade do argumento “kuznetiano” de Langoni sobre as virtudes do aprofundamento do arrocho salarial durante o “milagre brasileiro”. E ainda a falácia de equipar as bem sucedidas políticas de distribuição aos pobres, durante os governos da esquerda e centro-esquerda dos aos 1995-2014, com diminuição da desigualdade entre pobres e ricos. Em resumo, é esperançoso ver, nos últimos anos, acadêmicos de quilate saltando os muros das universidades e dos institutos de pesquisa para oxigenar o debate público com os ares das ciências. São muitos. Lá fora e também aqui no Brasil.
No gráfico de Bonelli, o melhor período da indústria de transformação coincide com a ditadura militar. A extrema direita quer fazer crer que a indústria foi tão bem nesse período por causa da ditadura. Acho que seria importante deixar claro, patente, quais foram os principais elementos formadores desse desempenho, não?
É uma sutileza atômica a questão da " escolha" dos campeões nacionais. Faz toda a diferença entre determinar uma causa ou analisar o processo no sucesso ou fracasso de um projeto de longo prazo. Na minha visão e como fazer escolhas com as lentes da razão ou das paixões...
Oxalá voce tenha paciência com todos os seguidores do seu curso sobre a Desindustrialização do Brasil... Mas, "data venia", é controverso o tema.
Não que eu eu tenha simpatia pela exuberante arrogância acadêmica de alguns dos notórios ex-alunos de Campinas. (Sic. kkk) Alunos de um grupo de notáveis economistas que no período final da ditadura militar se agrupou numa resistência de Esquerda Politica dentro da Universidade de Campinas para pensar o Brasil na perspectiva marxista, de "O Capital", para estudar as Teses da CEPAL, e que produziram um legado acadêmico fundamental para pensar o Brasil. Alguns dos mais importantes autores desta escola de pensamento, como Celso Furtado, FHC, Conceição Tavares, Belluzo, Wilson Cano, Fernando Resende, etc., formavam um grupo que gerou importantes contribuições ao pensamento econômico, e a valente e corajosa interpretação do Brasil, desafiando o terror da repressão militar, para denunciar o processo de dependencia, de Substituição de Importações, etc.
Mas, assim como voce tem resignificado várias das críticas feitas à época, quero também lembrar à todos que, como eu próprio, cederam em algum momento a tentação de se juntar à turba furiosa que corria para fazer o linchamento intelectual, moral e profissional de uma mulher decente, apaixonada pela sua causa, a primeira eleita presidente desta república, que ela, Dilma, foi a primeira colocada no concurso nacional da ANPEC para seleção para o concorrido Mestrado da Unicamp. Uma boa aluna aquela mineira de óculos fundo de garrafa.
Mas, não é disto que estamos tratando, e volto ao tema da desindustrialização; para o qual peço uma análise com um viés histórico e geopolítico. E, como provocação, eu poderia fazer uma leitura diversa do papel do BNDES na gestão Luciano Coutino:
A Política de "Campeões Nacionais" poderia também ser simplesmente descrita como a decisão de usar o BNDES como um Eximbank para apoiar as poucas corporações brasileiras aptas, mas que precisavam de suporte financeiro para alavancar os negócios internacionais à escala da gigantesca demanda chinesa gerada pela inclusão de 400 milhões de novos consumidores que queriam Carne, soja, luz e moradias que demandavam todas as 12 maiores commodities intenacionais; das quais o Brasil é o primeiro, segundo ou terceiro maior produtor no mundo.
Os preços eram ótimos, remuneradores dos custos, davam bons lucros, pagavam os empréstimos, e, de resto deixaram cercade Us$ 400 Bilhões de dolares de reservas internacionais, além de terem pagos os Us$ 280 Bilhões de Dívida Externa, que há décadas subjugava a gestão macroeconômica do governo do Brasil àquela lógica financeira que formatava a receita de re-equilíbrio do Balanço de Pagamentos, preconizada pelo FMI.
Oi, Monica!
Uma pergunta (que surgiu não só desse áudio em específico, mas também das aulas do curso + seu livro da Borboleta Azul + algumas outras aulas suas por aqui): Tem algum momento/alguma iniciativa em que faz sentido ter crédito subsidiado do BNDES? Ou é geralmente só uma praga que dá sobrevida a empresas ineficientes?
Aleatoriedades não relacionadas: é meu primeiro comentário por aqui, e queria te parabenizar MUITO por toda a pesquisa e conteúdo! Trabalho no mercado financeiro (onde executamos economia sem conhece-la rs) e é impressionante como a matéria que você traz aqui junta academia com realidade diária e é atualíssima. Ex: nunca tinha ouvido falar de Hidrogênio verde, você falou disso super recentemente e ONTEM recebi um projeto disso no banco rs estou abismada até agora. Muito obrigada por esse trabalho super útil e inspirador!
Monica, seu trabalho é demais! To adorando muito a série! Parabéns!
Não sei se você chegou a ler esse texto do Milton Friedman sobre, "a nova fé", o neoliberalismo, mas recomendo muito. https://miltonfriedman.hoover.org/internal/media/dispatcher/214957/full
Definitivamente o neoliberalismo é uma força ideologica reconhecida por diversos pensadores independente do seu campo ideologico e me interessa muito o fenômeno atual de se desqualificar por completo o que vem sendo debatido sobre o assunto.
Monica queria te perguntar sobre a conexão destas ideias com a Políticas orientadas por Missões (POM) da Marian Mazzucato e Caetano Penna (CGEE) proposto para a inovação no País? E sobre o papel do Estado como indutor?
Uma das razões que me fizeram seguir Monica desde quando a vi pela primeira vez (no Programa Roda Viva sobre o governo Dilma) foi sua honestidade intelectual. Não se permitir rotular como ortodoxa, heterodoxa, liberal, desenvolvimentista, comunista...diferencia e credibiliza ainda mais seu conteúdo. Infelizmente, muitos acadêmicos preferem entregar narrativas ideológicas em vez de análises técnicas e imparciais. Parabéns pelo brilhantismo e pela seriedade com que trata seu trabalho.
Os conceitos de heterodoxia e ortodoxia são distorcidos no debate econômico brasileiro.
A partir de 2013, os Impactos decorrentes da diminuição das exportações de commodities do Brasil foram devastadores.
Os preços das commodities caíram - alguns, como os preços do petróleo, de forma dramática - e permaneceram fracos. Fato que levanta duas importantes questões: Em primeiro lugar, como é que este declínio afetou o crescimento nos anos subsequentes? Em segundo, se esta desaceleração cíclica acarretou num arrefecimento do crescimento da economia, como o governo deveria ter reagido a esta mudança de cenário?
Olhando os dados de exportação de 40 commodities ao longo de 50 anos, a partir dos anos 60 até 2014, o "staff paper" do FMI estimava que as quedas nos preços das commodities poderia provocar uma diminuição de 1 ponto percentual por ano na taxa média de crescimento das economias emergentes em 2014, e nos próximos dois anos, em comparação com os três anos anteriores. Repare que com a inversão do ciclo dos negócios ocorre um efeito perverso que gera crescentes déficits públicos, e, por consequência, de crescimento da dívida pública interna.
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) é uma instituição financeira que tem como objetivo financiar projetos que contribuam para o desenvolvimento econômico e social do país. Durante o período do "Boom das Commodities", algumas empresas exportadoras brasileiras de proteínas animais foram financiadas pelo BNDES.
No caso da carne bovina, as três principais empresas exportadoras (JBS, Minerva Foods e Marfrig) receberam financiamento do BNDES em diferentes momentos. Em 2007, a JBS recebeu um empréstimo de R$ 2,5 bilhões do banco para aquisição da Swift & Company nos Estados Unidos. A Minerva Foods também recebeu apoio do BNDES em 2013, quando o banco concedeu um empréstimo de R$ 550 milhões para expansão da empresa. A Marfrig também recebeu financiamento do BNDES para aquisição de empresas e expansão dos negócios.
No caso da carne suína, a BRF (antiga Brasil Foods) recebeu apoio financeiro do BNDES em diferentes momentos, incluindo empréstimos para aquisições de empresas e investimentos em novas unidades produtivas.
Já no mercado de carne de frango, a JBS e a BRF também receberam financiamento do BNDES em diferentes ocasiões para aquisição de empresas e expansão das atividades.
É importante ressaltar que o financiamento do BNDES para empresas exportadoras varia de acordo com cada caso e pode mudar ao longo do tempo.
BNDES financiou algumas das maiores empresas nacionais exportadoras em cada setor durante o período do "Boom das Commodities". Abaixo estão as empresas que receberam apoio financeiro do banco:
Soja: Tanto a Cargill quanto a Bunge receberam financiamento do BNDES em diferentes ocasiões para investimentos em suas operações de soja no Brasil.
Minério de ferro: A Vale recebeu apoio financeiro significativo do BNDES ao longo dos anos para expansão de suas atividades de mineração, incluindo no mercado de minério de ferro. Já a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) também recebeu financiamento do BNDES para seus investimentos em mineração.
Ouro: A Anglo Gold Ashanti e a Kinross Gold Corporation não receberam financiamento direto do BNDES, mas a instituição financeira atuou no setor de mineração em geral, financiando projetos de empresas do segmento.
Gás natural: A Petrobras recebeu financiamento significativo do BNDES ao longo dos anos para investimentos em exploração e produção de petróleo e gás natural. Já a Shell não teve financiamento direto do BNDES, mas o banco atuou no setor de energia em geral, financiando projetos de empresas do segmento.
Trigo: Tanto a Bunge quanto a Cargill receberam financiamento do BNDES em diferentes ocasiões para investimentos em suas operações de trigo no Brasil.
Alumínio: A Alcoa recebeu financiamento do BNDES para investimentos em suas atividades de mineração e produção de alumínio no Brasil. A CBA (Companhia Brasileira de Alumínio), por sua vez, também recebeu apoio financeiro do BNDES em diferentes ocasiões.
Milho: Tanto a Cargill quanto a Bunge receberam financiamento do BNDES em diferentes ocasiões para investimentos em suas operações de milho no Brasil.
Cobre: A Vale recebeu apoio financeiro significativo do BNDES ao longo dos anos para expansão de suas atividades de mineração, incluindo no mercado de cobre. Já a Anglo American também recebeu financiamento do BNDES para seus investimentos em mineração.
Arroz: Tanto a Louis Dreyfus Company quanto a Cargill receberam financiamento do BNDES em diferentes ocasiões para investimentos em suas operações de arroz no Brasil.
Açúcar: A Copersucar recebeu financiamento do BNDES para investimentos em suas atividades de comercialização e logística de açúcar e etanol no Brasil. A Louis Dreyfus Company, por sua vez, também recebeu apoio financeiro do banco em diferentes ocasiões.
Algodão: Tanto a Bunge quanto a Louis Dreyfus Company receberam financiamento do BNDES em diferentes ocasiões para investimentos em suas operações de algodão no Brasil.
As exportações de proteínas animais, como carne bovina, suína e de frango, tiveram grande destaque no comércio internacional durante o período do "Boom das Commodities". O Brasil é um dos principais exportadores mundiais desses produtos.
No caso da carne bovina, o Brasil é o maior exportador mundial, seguido pela Austrália. Em relação à carne suína, o Brasil ocupa a quarta posição no ranking mundial, atrás de países como Estados Unidos, Alemanha e Espanha. Já no mercado de carne de frango, o Brasil é o maior exportador mundial, seguido pelos Estados Unidos.
As principais empresas brasileiras exportadoras de proteínas animais são:
Carne bovina: JBS, Minerva Foods e Marfrig
Carne suína: BRF, Aurora Alimentos e Frimesa
Carne de frango: JBS, BRF e Aurora Alimentos
É importante ressaltar que as empresas e a posição do Brasil no ranking de exportadores podem variar ao longo do tempo, mas essas foram as maiores exportadoras brasileiras de proteínas animais durante o período do "Boom das Commodities".
Durante o período do "Boom das Comodidades", entre 2002 e 2012, as 12 principais mercadorias transacionadas no comércio internacional foram:
Petróleo
Minério de ferro
Ouro
Soja
Gás natural
Trigo
Alumínio
Milho
Cobre
Arroz
Açúcar
Algodão
O Brasil teve uma participação significativa em algumas dessas commodities. No caso da soja, o Brasil é o maior exportador mundial e o segundo maior produtor, atrás apenas dos Estados Unidos. No mercado internacional de minério de ferro, o Brasil é o segundo maior produtor e exportador, atrás apenas da Austrália.
As duas maiores empresas nacionais exportadoras em cada setor são:
Soja: Cargill e Bunge
Minério de ferro: Vale e CSN (Companhia Siderúrgica Nacional)
Ouro: AngloGold Ashanti e Kinross Gold Corporation
Gás natural: Petrobras e Shell
Trigo: Bunge e Cargill
Alumínio: Alcoa e CBA (Companhia Brasileira de Alumínio)
Milho: Cargill e Bunge
Cobre: Vale e Anglo American
Arroz: Louis Dreyfus Company e Cargill
Açúcar: Copersucar e Louis Dreyfus Company
Algodão: Bunge e Louis Dreyfus Company
É importante ressaltar que a participação das empresas pode variar ao longo do tempo, mas essas foram as maiores exportadoras brasileiras durante o período do "Boom das Comodidades".
os outros episódios foram muito muito elucidativos. não achei que tenha sido o caso desse. Monica diz que a política de campeões nacionais no Brasil não foi tão eficiente quanto a do Japão,. China etc, mas não ficou exatamente claro por que não
devido ao path dependence? no fim, "tudo" se explica ao modo como nos industrializamos?
se assim for, como nos reindustrializaremos se nosso path dependence determina quem somos? a dúvida é, determinará quem seremos?
Também fiquei com mesma impressão. Não ficou claro para mim por que a política de campeões nacionais do Brasil não deu certo. Mas confesso que ficou no ar uma ideias, embora vaga, de que os setores e empresas escolhidos não eram necessariamente relevantes do ponto de vista de uma estratégia de desenvolvimento nacional mais ampla, estrutural. Se for o caso, por que, então, foram escolhidas? Lobbies? Conchavos? Troca de favores? Incapacidade dos tais setores estratégicos de exercer influência na política em um contexto no qual estavam eclipsados pelo agro fortalecido graças ao boom das commodities impulsionados pela demanda chinesa? Subserviência do Estado a essa classe ligada ao agro? Um pouco de tudo?
excelente
Quais foram os campeões nacionais errados? Quais seriam os certos?
Não consegui ouvir... o áudio não funcionou...
Monica De Bolle levantou a bola da “classificação” dela como economista, recusando de saída eventual etiqueta de “ortodoxa” ou “heterodoxa” que se queiram nela colar, e o colega-ouvinte Romeu Temporal subiu na rede e desceu o braço, em moderada defesa dos possíveis “heterodoxos” da Unicamp. Se pôs no chão ou não a redonda, não interessa, até porque certamente não é intenção dele fazer tempestade em copo d’água. Mas esse jogo é importante, porque nos leva a refletir sobre a questão do método. Nada sei de medicina mas sei o suficiente para saber que, antes de tocar no meu corpo, um médico deve higienizar as mãos e usar luvas (ou então que, não tendo ele um CRM, tenha comprovado acesso às divindades). Do mesmo modo, pouco sei de economia, mas sei o suficiente para saber que o economista deve informar com que tipo de dados e informações está trabalhando. Sejam estes primários ou secundários, as fontes credenciadas de onde foram extraídos devem ser oferecida para que qualquer pessoa, caso queira, possa reconstruir os argumentos que apresenta em apoio de suas teses. Com essa lógica, De Bolle apresenta evidências que desqualificam o argumento de que a desindustrialização teria sido obra do “neoliberalismo”. E também Pedro Ferreira, em seu elogiado “Uma história de desigualdade”, pode demonstrar a falsidade do argumento “kuznetiano” de Langoni sobre as virtudes do aprofundamento do arrocho salarial durante o “milagre brasileiro”. E ainda a falácia de equipar as bem sucedidas políticas de distribuição aos pobres, durante os governos da esquerda e centro-esquerda dos aos 1995-2014, com diminuição da desigualdade entre pobres e ricos. Em resumo, é esperançoso ver, nos últimos anos, acadêmicos de quilate saltando os muros das universidades e dos institutos de pesquisa para oxigenar o debate público com os ares das ciências. São muitos. Lá fora e também aqui no Brasil.
Uma metodologia que admiro é a de pular muros.
No gráfico de Bonelli, o melhor período da indústria de transformação coincide com a ditadura militar. A extrema direita quer fazer crer que a indústria foi tão bem nesse período por causa da ditadura. Acho que seria importante deixar claro, patente, quais foram os principais elementos formadores desse desempenho, não?
Está nos episódios anteriores, César.
É uma sutileza atômica a questão da " escolha" dos campeões nacionais. Faz toda a diferença entre determinar uma causa ou analisar o processo no sucesso ou fracasso de um projeto de longo prazo. Na minha visão e como fazer escolhas com as lentes da razão ou das paixões...
Oxalá voce tenha paciência com todos os seguidores do seu curso sobre a Desindustrialização do Brasil... Mas, "data venia", é controverso o tema.
Não que eu eu tenha simpatia pela exuberante arrogância acadêmica de alguns dos notórios ex-alunos de Campinas. (Sic. kkk) Alunos de um grupo de notáveis economistas que no período final da ditadura militar se agrupou numa resistência de Esquerda Politica dentro da Universidade de Campinas para pensar o Brasil na perspectiva marxista, de "O Capital", para estudar as Teses da CEPAL, e que produziram um legado acadêmico fundamental para pensar o Brasil. Alguns dos mais importantes autores desta escola de pensamento, como Celso Furtado, FHC, Conceição Tavares, Belluzo, Wilson Cano, Fernando Resende, etc., formavam um grupo que gerou importantes contribuições ao pensamento econômico, e a valente e corajosa interpretação do Brasil, desafiando o terror da repressão militar, para denunciar o processo de dependencia, de Substituição de Importações, etc.
Mas, assim como voce tem resignificado várias das críticas feitas à época, quero também lembrar à todos que, como eu próprio, cederam em algum momento a tentação de se juntar à turba furiosa que corria para fazer o linchamento intelectual, moral e profissional de uma mulher decente, apaixonada pela sua causa, a primeira eleita presidente desta república, que ela, Dilma, foi a primeira colocada no concurso nacional da ANPEC para seleção para o concorrido Mestrado da Unicamp. Uma boa aluna aquela mineira de óculos fundo de garrafa.
Mas, não é disto que estamos tratando, e volto ao tema da desindustrialização; para o qual peço uma análise com um viés histórico e geopolítico. E, como provocação, eu poderia fazer uma leitura diversa do papel do BNDES na gestão Luciano Coutino:
A Política de "Campeões Nacionais" poderia também ser simplesmente descrita como a decisão de usar o BNDES como um Eximbank para apoiar as poucas corporações brasileiras aptas, mas que precisavam de suporte financeiro para alavancar os negócios internacionais à escala da gigantesca demanda chinesa gerada pela inclusão de 400 milhões de novos consumidores que queriam Carne, soja, luz e moradias que demandavam todas as 12 maiores commodities intenacionais; das quais o Brasil é o primeiro, segundo ou terceiro maior produtor no mundo.
Os preços eram ótimos, remuneradores dos custos, davam bons lucros, pagavam os empréstimos, e, de resto deixaram cercade Us$ 400 Bilhões de dolares de reservas internacionais, além de terem pagos os Us$ 280 Bilhões de Dívida Externa, que há décadas subjugava a gestão macroeconômica do governo do Brasil àquela lógica financeira que formatava a receita de re-equilíbrio do Balanço de Pagamentos, preconizada pelo FMI.
Então houve sucesso? Quais foram os campeões nacionais dentro deste contexto?