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Valeu amigo... A ideia é essa.. que seja fácil de entender e rápido de acessar, sem precisar de cadastros ou coisas do tipo. Não levei como pejorativo não, rs...

Falta muita educação financeira no Brasil.. a politização do tema é um sintoma disso, especialmente a politização distorcida... Força ao nosso país! Continue na missão de ensinar, precisamos disso! Abraço 😉

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Mônica, o colonialismo e o pós-colonialismo não são fatores relevantes para este processo de industrialozação na América Latina?

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Tentei ter acesso ao artigo do Albert O.Hirschman na JSTOR fazendo o cadastro , mas seria apenas através de pagamento?

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Planejamento…Gostaria de saber quais elementos macroeconômicos o PLANEJADOR deve levar em consideração hoje para pensar uma política industrial para o Brasil.

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Monica, o processo de substituição de importações na América Latina começou pela implantação da indústria de base?

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Obrigada Monica por suas ideias tão esclarecedoras para nos fazer entender o por que do atraso da

América Latina em relação a outros continentes e países.

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Excelente aula, me fez pensar quais políticas de industrialização seram necessária atualmente para começar reverter esse processo de inferioridade do Brasil e América Latina ,tendo em vista o aquecimento global e meio ambiente ?

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Chegaremos lá!

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A aula foi tão boa que me deu vontade de reler dois dos últimos capítulos do Formação Econômica do Brasil, de Celso Furtado, que tratam de industrialização. Poderosíssima análise, até porque ele era grande conhecedor de câmbio, tema espinhoso.

Enfim, com muitos dados (ainda + para a época), ele ensina, como a Mônica, que a industrialização nos anos 30 foi mesmo no tranco.

Já no pós guerra, se não houve uma política de industrialização, o governo, por linhas não tão retas ou diretas, ajudou bastante. Ele não podia mais deixar o cruzeiro tão desvalorizado, até então a receita para sustentar as exportações de primários (café, sobretudo) e encarecer os importados, neste caso favorecendo a indústria (à exceção dos equipamentos e matérias primas necessários à mesma). E não podia fazê-lo (desvalorizar mais) porque a inflação ameaçava a estabilidade social, já muito preocupante. Além do que, deixar importações de bens de capital caros geraria desemprego na indústria.

Então, adotou uma política de controle de importações, por setor. E matou três coelhos: manteve o câmbio equilibrado, não encareceu os insumos importados e ainda protegeu a indústria voltada ao mercado interno, ao não baratear os demais importados! Aliás, Furtado não parecia tão desencantado, mas o livro ainda é de 1958.

As páginas amarelas estão marcadas, mas não lembrava dessas coisas. Esse curso e sua professora estimulam o resgate.

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Léo, é sempre bom ler os seus comentários. Se entendi direito a aula da Monica, a industrialização brasileira em meados do século passado foi meio que ‘compulsória’ e desordenada- uma vez que a demanda para os nossos produtos primários no exterior cessou - e existia uma demanda interna para produtos industrializados diversos. O caos se instalou devido às limitações de demanda interna ( o poder aquisitivo baixo e número limitado de consumidores)? Ou foi a volta ( recuperação) das potências industriais que abalou o nosso processo industrial? Outra, com o passar do tempo ( pós guerra) por que será que não houve (pelo menos que eu saiba) políticas de incentivo para populações de baixa renda se tornarem parte da economia ativa? A razão seria nossa herança maldita de ‘senhores de engenho’? Pelas notícias atuais parece que ainda vigora 🤔

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Olá, Ana.

O segundo período (após o elogio, obrigado!) do seu comentário está perfeito.

Quanto ao "caos", pelo menos de acordo com o Celso Furtado, não se chegou a tanto, por um motivo indireto. É que o governo, partir da queda da demanda externa por café, passou a comprá-lo e... queimá-lo!! Só no ano 1931, injetou um bilhão de cruzeiros fazendo isso. Ou seja, em vez de o agricultor cortar as árvores, ou nem plantá-las, o processo ia até o final, com preço mínimo garantido, segurando empregos e renda. Isto ocorreu porque os cafeicultores tinham grande influência política. Juntando-se isto a substituição de importações a fórceps, o fato é que, em 1933, a renda nacional já voltou a crescer, enquanto nos EUA, com New Deal e tudo, só começou em 1934.

Assim, não digo que o reflexo da crise aqui foi uma "marolinha", mas esteve longe de um tsunami. Furtado escreveu que "estávamos, em verdade, construindo as famosas pirâmides* que anos depois preconizaria Keynes". E que "Dessa forma, a política de defesa do setor cafeeiro nos anos de grande depressão concretiza-se num verdadeiro programa de fomento da renda nacional. Praticou-se no Brasil, inconscientemente, uma política anticíclica de maior amplitude que a que se tenha sequer preconizado em qualquer dos países industrializados". Incrível, não? O Brasil é sui generis.

Sobre políticas de incentivo às pessoas de renda baixa, não tenho conhecimento que tenha havido; acho difícil, mas transferência direta de renda, tipo bolsa família, certamente não rolou. O que houve de importante, ainda no início da primeira era Vargas, foi a implantação das leis trabalhistas (1933) e de institutos de aposentadoria (1934). Nunca estudei o a situação sócio econômica da época e desconheço o nível de oferta de empregos de baixa remuneração para essas pessoas, muitas de famílias de ex escravos.

Mas um ponto, que a Monica deverá focar mais à frente, foi a forte e incentivada entrada das multinacionais a partir dos anos 50, o que, bem ou mal, ajudou na questão do emprego.

Abs

*o que Furtado chama de pirâmide (que hoje tem outra conotação) certamente se refere ao famoso Multiplicador de Gastos de Keynes. O raciocínio é que, se o governo gasta $100 em obras, nem que seja para tapar buracos e cobri-los de volta (metáfora famosa), $20 dos mesmos (por exemplo) serão poupados, mas $80 serão pagos pelas empreiteiras a empregados e a terceiros, que por sua vez "re-consumirão" 64, e assim por diante, chegando a zero, mas, até lá, transformando os $100 em $500, em termos de demanda efetiva. Um raciocínio que virou uma das marcas da sua genialidade.

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O desencanto de Furtado aparece cerca de 10 anos depois, em 1966.

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Verdade, vc falou 😉

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Estou adorando seguir estes podcasts e confesso que estou lendo todos os textos complementares ( ainda um pouco atrasada, mas sigo com eles) . E descobrindo uma nova paixão ao estudar estes pontos. Incrível! Obrigada, Monica!

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Como muito bem disse o Claudio, entre meados do Século XIX e a crise de 1929/30, o comércio internacional era denominado em libras esterlinas, não em dólares. De todo modo, o ponto é que os países exportadores de produtos primários eram dependentes dos fluxos de receita em moeda estrangeira pois não geravam muita receita própria em moeda doméstica.

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Excelente série, análise clara e objetiva e com várias boas fontes pra aprofundar o conhecimento. Parabéns!

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Aula sensacional. Obrigada Professora

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Ola boa tarde prof. Posso pedir, quando tiver um tempo, para que explique melhor sobre a nossa curva de juros? Porque me abriu muito a cabeça a informação de que a curva vem do CDI, e não do tesouro.. e é uma curva de curto prazo (menos de 10 anos). Mas a narrativa do mercado ainda é a de que essa curva impacta o governo. Seria manipulação do mercado? Ou algo do tipo? Realmente estamos vivendo 2 narrativas muito bem embasadas e isso deixa o cenário bem incerto. Agradeço desde já 🙂

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Oi, Thiago. Vou dar uma palhinha. Desculpe se já souber de muita coisa, mas vale para outros.

Primeiro, a curva de juros é importante para o Tesouro estipular a taxa pela qual venderá seus títulos de diversos prazos, ou seja, que serão aceitas pelo mercado.

Nos EUA, a curva utilizada é a da taxa média pela qual vêm sendo negociados seus próprios títulos que não pagam juros semestrais, chamados de "zero cupom bonds". Claro, os cupons atrapalhariam a conta.

O problema é que, no Brasil, não existem LTN's (que é o nosso "zero") de longo prazo - além do risco de transformação de taxa ser alto, o juro é descontado na frente, e o valor do papel (R$ 1.000 no vencimento) seria muito baixo. Ainda mais com a Selic a 13,75%...

Os CDIs tb não são emitidos com longo prazo - pelo contrário, são títulos de curtíssimo prazo, geralmente 1 dia, que os bancos emitem para emprestarem dinheiro entre si, mais para ajustes de caixa.

PORÉM, existe um mercado super líquido na B3 de contratos futuros de taxa DI. Ou seja, onde os investidores estão "apostando" quanto será essa taxa diária acumulada em vários períodos, inclusive anos. Ex: 10% ao ano, no contrato de 5 anos. Se, no final, for 12%, o comprador do contrato ganha 2%, e o vendedor perde 2%. Claro, essa é só a lógica (e verdade para quem fica com o contrato todos os 5 anos), mas, "na vera", esses contratos são negociados milhares de vezes até o vencimento, com ganhos e perdas parciais. E é justamente dessa grande liquidez que é possível extrair taxas diariamente para ir construindo a curva de juros.

Existe tb na B3, há não tanto tempo, um mercado futuro de taxa Selic, mas é bem menos líquido é não considerado um bom balizador das expectativas do mercado para os juros, já que a Selic verificada ("ex-post") diariamente decorre da meta estipulada a caneta pelo Copom do Banco Central.

Enfim, por tudo isto, a "Curva DI" de juros futuros é "o cara" de apreçamento de títulos nas ofertas primárias do Tesouro e tb do Banco Central para estipulação da taxa pela operará esses títulos no mercado secundário. Lembrando que DI e Selic competem segundo a segundo na captação e oferta de dinheiro, portanto não podem descolar muito uma da outra.

Um abraço!

Léo

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Léo, o que justifica os juros altos do Brasil? Parece aposta de jogo de bicho. Por mais que esses caras expliquem eu não consigo entender. Essas pessoas realmente querem quebrar o país??

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Ana, a primeira coisa é olhar a realidade dos fatos. Não gosto de juros altos, ninguém gosta (afora quem vive deles), mas essa racionalidade não viesada é necessária quando pensamos em fenômenos econômicos como esse.

De cara, temos que distinguir taxa nominal de juros (ela inteira) de taxa real, isto é, descontada da inflação. Podemos dizer, em ordem de grandeza, que a taxa básica real do Brasil, nas últimas duas décadas, tem transitado ao redor de 2% ao ano. Tipo, a inflação em 12 meses está a 5%, e a Selic está lá em torno de 7%. Muito? Em relação aos desenvolvidos, onde chega a ser zero? Sim, mas não somos desenvolvidos nem muito estáveis, e aí entram outros fatores, como risco país, risco fiscal (de calote da dívida, e exagerado, o André Lara tem razão), trauma hiper inflacionário and, last but not least, pressão intere$$ada, cultura e credo do mercado financeiro (incluindo seus executivos que viram diretores do BC).

Enfim, cara amiga, uma série de TV de 20 temporadas, 100% nacional e bem exótica, que mistura elementos e personagens realistas e fantásticos, seriedade e interesse, e por aí vai. A coisa é complexa, não no sentido de ser difícil de entender, mas de ter vários fatores, alguns de ordem psico-social, como patrimonialismo atávico. Isto porque, de maneira fundamentada ou não, o patrimônio financeiro dispõe de um excelente e gratuito seguro com esse sistema de metas. O Paulo Guedes disse: servidor público tem que dar sua dose de sacrifício (com a Covid). Sim, parece justo, foi uma coisa meio de guerra. Mas e a cota de sacrifício do rentista? Na boa, não vi, pelo contrário. Quem sabe é apenas um efeito colateral positivo... Ao custo de bilhões e bilhões na despesa pública, mas enfim, tá na cartilha. Essa coisa de gasto com juros em relação aos outros lembra um dito de Jesus: "coam o mosquito e engolem um camelo" (Mateus, 23:24).

Ainda assim, 2% real não é tão estranho assim, basta ver o resto do mundo. A celeuma atual, deve-se reconhecer, tem um lado bem circunstancial, a saber: a partir de agosto/22, último aumento da Selic, a inflação, que chegou a mais de 12% depois da pandemia, começou a ceder, e já está em 5,63% ao ano, graças a Deus. PORÉM, o Copom continua mantendo, há 4 reuniões (!!), a taxa em em 13,75%. Ou seja, a taxa real está em 8,12%, e não nos citados cerca de 2%..

As duas taxas (Selic e IPCA) meio que se acompanham, como vc pode ver nos dois primeiros gráficos bem simplesinhos do link lá embaixo, que, lá pro final, mostra a chamada "boca-de-jacaré" das duas curvas. O jacaré já estava com a boca bem aberta quando Lula assumiu, e ele veio com os dois pés no peito do Roberto Campos Neto. Ao arroubo presidencial, para alguns estratégico, somou-se o André, com a credencial de quem domou o dragão no Brasil há 30 anos, afirmando que a taxa está "errada". E está mesmo, apesar de não ser a prática usual dos banqueiros centrais ir logo baixando-a assim que a inflação começa a ceder, porque pode ter sido um espasmo isolado. Enfim, Ana, vejo uma mistura de circunstância com um caldo cultural de jabuticaba. Aliás, falando nisso, cabe ilustrar que o sistema de metas de inflação foi adotado pela primeira vez na bucólica Nova Zelândia de ovelhinhas brancas e alto grau de desenvolvimento e nível de vida. Depois, no rico e organizadíssimo Israel. Só mais na frente, no Banco Central inglês e nos EUA. Ou seja, na minha opinião, um tratamento de ajuste fino criado para certo tipo de dosagem, em certo tipo de paciente, passou a ser aplicado em doses às vezes abruptas e até equinas na nossa volátil e problemática nação. Mas isso é mais uma estranheza pessoal, que senti desde o início, quando o Armínio Fraga implantou o sistema. E não o invalida, apesar de achar que os canais de transmissão aqui, do aumento da taxa para a contenção dos preços, de pouca potência. Principalmente o crédito, já que o spread é absurdo de qualquer jeito. E o principal: só leva em conta a inflação de demanda - coitadinhos dos nossos pródigos consumidores dos andares médios e de baixo.

Desculpe se me alonguei, mas nunca confie em respostas fáceis para essa sua pergunta. Se fossem, não estaria essa discussão toda por aí. Aliás, a Mônica tem uma entrevista ótima no YouTube sobre a entrevista do Roberto Campos no Roda Viva - se não viu, é só dar uma goolgada. A do André no Canal Livre é também imperdível.

Um abraço e ótima semana! (vc mora em que país?)

Léo

https://recieri.com/selic-x-ipca-x-dolar-serie-historica-e-conexoes/

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Primeiramente obrigado pela menção do site amigo!

Também agradeço pelo "simplesinho", aceitei como "fácil de entender" essas...

Apesar disso contesto que nas últimas décadas a SELIC real foi 2%... Os próprios gráficos que publiquei mostram que foi mais que isso (na média ali pra cima de 5% nas últimas 2 décadas). Além disso, hj estamos num contexto de altas taxas de juros mundiais, ou seja, infelizmente hj precisamos da taxa mais alta pra concorrer com outros países, caso contrário o dinheiro vai embora daqui, aumento do dólar e por consequência mais inflação além da que será gerada com o aumento da demanda. Ninguém gosta de juros altos, mas hoje, vejo que ainda é um mal necessário...

De toda forma, agradeço a audiência 🤩

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Tem razão, Racieri, a taxa real histórica média foi maior, vi nas suas próprias tabelas.

Sobre gráficos, eles existem para simplificar, e os seus são ótimos. Mas não são simples de fazer - dão trabalho. Dou aula, faço gráficos no trabalho e sei disso. Desculpe se o "sinho" soou pejorativo, não foi minha intenção. Para mim é elogio.

Quanto à audiência, vc já está em primeiro do Google em taxa nominal x ipca x taxa real. Mérito seu- - só cliquei rsrs.

Parabéns, obrigado pela correção e um abraço.

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Léo, muito grata mesmo pela sua explicação. Bem vagarosamente eu chego lá - ou talvez não chegue, e desista no meio do caminho. Ser voluntária a entender a pátria não é pouca coisa. Sofrimento puro 🙄.

Eu moro na Inglaterra, há quase 30 anos. Aqui, os juros estavam próximos de zero há não muito tempo atrás. Para 2023 base rate sobe para 4.6% até Julho e depois a expectativa é de queda. (Em março de 2020 caiu para 0.1%). Informações que tenho certeza que você como especialista já sabia.

Uma coisa que me choca, muito mesmo, são as cobranças de CC no Brasil. Um completo absurdo, que eu não consigo entender (mas se você quiser se aventurar a explicar, ‘vamo nessa’)- não consigo entender nem matematicamente , nem observando as estrelas , nem consultando o zodíaco. Aqui quem tem dívidas no cartão de crédito troca a dívida de banco em banco , com juros - sente-se prezado amigo para não cair- Zero. A pessoa, é claro, precisa pagar uma porção mínima da dívida nessa transação, mas é ridícula e mínima mesmo.

Bom, já que o assunto está bom, se me permite, posso fazer uma perguntinha básica de leiga? O câmbio afeta/afetou a decisão do BC em relação aos juros? Como isso se dá, pois imagino que não dá para controlar o valor de moedas estrangeiras, certo?

Muito obrigada mesmo. É sempre um prazer ler os seus comentários por aqui.

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Olá, Ana.

Sobre os cartões de crédito, a primeira razão é que a taxa de inadimplência é muito alta. Chegou a 45% em dezembro de 2022. Ou seja, em 100 devedores, 45 não estão em atraso após 90 dias. Desde que passou a ser divulgada pelo BC, em 2011, a taxa girava em torno de 35%, mas com a pandemia deu um salto.

Outro motivo é que, como o cadastro dos portadores de cartão só é renovado na contratação, a situação financeira de alguns vai piorando, tipo perdem o emprego, e a operadora não capta. Os bancos e financeiras se atualizam mais, porque há vencimentos - cartão é um empréstimo sem prazo definido.

Mesmo assim, a taxa é absurda mesmo, está em torno de 400% ao ano, ou cerca de 14% ao mês.

Outra causa é que, devido a essa falta de informações, o bom pagador paga e pelo "mau". Como a operadora não sabe quem é um ou outro, cobra uma taxa alta para todos. Talvez com a disseminação do cadastro positivo (já aprovado em lei) isso possa melhorar. Mas, sendo sincero, mesmo com esses motivos, não sei porque a taxa é TÃO alta. Até porque uma parte dos inadimplentes renegocia a dívida.

Quanto ao câmbio, a coisa é mais inversa - a decisão de juros do BC afeta a taxa de câmbio. Se ele põe a taxa de juros muito baixa, o gringo tira a grana do país. Como, ao fazer isso, ele vende reais e recebe dólares, por questão de demanda e oferta, o dólar se valoriza (a taxa de câmbio de reais por 1 dólar aumenta). Então, os produtos importados, não só de consumo como os insumos industriais, ficam mais caros, pressionando a inflação. O próprio petróleo, que é cotado pela Petrobras em dólar (pelo menos até agora - tá uma chiadeira geral dos acionistas porque o novo presidente da estatal disse que vai cair essa paridade, implantada no governo Temer), aumenta o preço de muita coisa, como transportes, indústria plástica etc. No fundo, moeda desvalorizada é meio priminha de segundo grau da inflação, seja em qual sentido. Porque também, se a inflação aumenta, a taxa real de juros cai, afugentando de novo os gringos, que vendem reais pra sair, desvalorizando o real, encarecendo os importados, enfim, um círculo vicioso bem conhecido nestas plagas.

Abs

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Léo, super obrigada. Meu voto para Mentor Intelectual 2023 vai pra você. Ontem vi um pequeno corte do MyNews e a sugestão dada foi (parafraseando muito mal) ‘esquecer os juros e se concentrar em abaixar a inflação.’ Então, no meu caso, só há duas soluções: 1. me concentrar no Jogo Imobiliário ; ou 2. entrar pra terapia. Valeu, amigo.

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Amando suas aulas! Sensacionais! Quanta clareza e informações ricas

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Beleza de episódio. Me faz pensar que a grande causa de nosso atraso, é a falta de conhecimento em História Econômica. E em história em geral também. Bom final de semana.

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Com certeza. E a falta de conhecimento sobre História do Pensamento Econômico também.

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Sim. Pensamento Econômico também.

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Mar 3, 2023
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Você está certo, Claudio!

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