45 Comentários

Perfeito Análise... que falta faz uma boa governança .

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Três comentários e uma (re)pergunta. Comentários: 1) Concordo que não era preciso o novo arcabouço fiscal. A LRF já estava consolidada havia mais de duas décadas. O ministro F. Haddad deixou essa mesma interpretação sugerida ao anunciar o novo arcabouço fiscal. Ademais, a LRF teve seus mecanismos de "escape" aprimorados pela LC 173/2020, o que reitera o entendimento acerca da não necessidade de um novo arcabouço fiscal. 2) A LRF é muito mais direcionada ao entes subnacionais do que ao governo central - talvez aí esteja uma pista para a justificativa de estarmos discutindo, mais de duas década depois da LRF, um novo arcabouço fiscal. Ademais, cabe notar que a LRF não restringiu o crescimento das despesas correntes - o que, para muitos economistas ortodoxos, fez/faz com que a LRF seja um ordenamento fiscal insatisfatório (aí está outra pista para entender as razões de, no bojo do golpe de 2016, o governo usurpador de ocasião ter feito a EC 95/2016). 3) Devemos lembrar que as metas de inflaçao fixadas pelo BC são reiteradamente descumpridas. A (re)pergunta: denominei de (re)pergunta porque a M. de Bolle foi quem fez esta pergunta em seu áudio: por que foi promulgada a EC nº 95/2016? Essa pergunta é fundamental, pois a sua resposta nos leva a entender os motivos pelos quais estamos agora, no alvorecer da 3ª década do século XXI, discutindo um novo arcabouço fiscal para o país. A resposta, contudo, não pode ser dada convincentemente no campo da economia somente. A resposta exige de nós refletir sobre o processo de disputa política que eclodiu por volta de 2005 no Brasil contra o bloco de poder de centro-esquerda que se formou no comando do Estado nacional naquele momento e que culminou no golpe de 2016. São estes meus comentários e questões. Sigamos adiante. Obrigafo M. de Bolle. Abç.

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Mônica, o que é governança?

Pode nos dar algum exemplo?

Não consegui "botar o pé no chão", por falta de enteder bem isso.

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Monica, de fato "arcabouço" é uma palavra ruim, mas é, talvez, a que melhor traduz framework (estrutura de trabalho?). A própria União Europeia sitada por você usa a expressão "fiscal framework". Enfim, questão de semântica. O seu comentário é muito preciso, como sempre. Sei que você não mais comentará mais esse tema, mas gostaria muito de ouvi-la sobre possíveis modelagens para essa governança fiscal. No meu entendimento, a LRF é parte dessa governança, assim como, atualmente, é o o "teto de gastos" e, futuramente, fará esse "arcabouço" cheio de exceções na mais pura tradição brasileira de criar confusão para vender solução. Enfim, o que complementaria a governança fiscal? Temos o Legislativo, por onde passam as leis que têm se sobreposto às âncoras atuais. Em tese, o TCU é o órgão auxiliar do Legislativo no controle do Executivo. Não sei se precisamos de mais um mecanismo de governança. O que temos é que precisa funcionar. Quando há conluio, não há mecanismo de governança que se sustente. A literartura sobre governanança pública e corporativa é extensa e mesmo assim os escândalos-malfeitos-fraudes-etc. contiuam a existir. Repito, quando há conluio não há como fechar a porteria. Em resumo, se não tivermos governantes, legisladores e juristas éticos, não há governança possível. No papel, nós temos essa governança. Já na prática...

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Obrigada por mostrar pontos tão importantes de reflexão

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Melhor reflexão sobre o tema que ouvi até o momento

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Monica, você sempre me dá um banho de realidade. Desta triste realidade brasileira.

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Excelente áudio Mônica. Não há também neste pacotão uma pitada habitual de politicagem brasileira (o saudoso Odorico Paraguaçu) em apresentar "programas" com algum efeito midiático e político para pressionar opinião publica e oferecer algum lenitivo aos "vorazes" debates no mercado, ou mesmo o famoso seis por meia dúzia? Lembrando que Lula não tem a maioria do Congresso como teve no Lula 1 e 2. Me parece que há no núcleo duro de Lula uma certa pressa em desvincular-se de qualquer coisa referente ao Governo Bolsonaro.

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Comentário com corte cirúrgico e preciso. Obrigado.

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A âncora fiscal, seja ela qual for, é a baliza por meio da qual se pode avaliar se a política fiscal está nos trilhos -- isto é, que não está contribuindo para gastos e dívida excessivos. A melhor baliza é a própria razão dívida/PIB, daí usá-la como âncora. A dívida sofre influência dos juros praticados pelo Banco Central, mas é também reflexo de vários outros fatores. Portanto, não é uma “meta” do BC, ainda que a política monetária a influencie.

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Abr 19, 2023Gostado por Monica De Bolle

Oi Monica, excelente análise onde mostra o grande problema do Brasil, que são governos limitados e sem planos de longo prazo. Costumo dizer que cada governo tem o seguinte ciclo, é eleito passa o primeiro ano culpando o governo anterior, no segundo ano faz alguma coisa, no terceiro fala de reeleição e no quarto fica em campanha. A sua análise já da todas as respostas, olhando o atual governo que critica a independência do Bacen (independente se a política atual está certa ou não) irá se submeter a Lei de Responsabilidade Fiscal? A resposta é não, pois não é interessante para os eleitores uma reforma administrativa profunda, nem uma tributária e principalmente limitar os gastos (afinal é dele que saem as obras que nunca irão acabar e geram o caixa do partido). Realmente gostaria de um governo que tivesse a coragem de fazer uma lei e um órgão de controle independente para fiscalizar e ajudar o Brasil a crescer de forma sustentável por vários anos.

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Abr 19, 2023Gostado por Monica De Bolle

Monica, me perdi um pouco, e explico. Por falta de conhecimento eu estava sob a impressão errada de que o BC fazia (por mérito, lei ou decreto) esse papel de governança fiscal, baseando-se em alguma lei de responsabilidade fiscal. Sério, esse era o meu entendimento. Nessa lógica (maluca!) a minha conclusão era que as metas do BC eram incompatíveis com as metas do país, ou seja, o Brasil continuaria pintando as paredes de uma casa sem portas, sem janelas, ou comida.

Se houver uma oportunidade você poderia explicar a dinâmica da âncora fiscal? Você mencionou que a âncora é a trajetória da dívida do PIB, mas me perdi um pouco no final. Agradeço antecipadamente pela atenção.

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Bom dia Mônica, tenho uma pergunta bem basica e já me desculpo pela ignorância 🫣

O Portal de Transparência não cumpriria o papel dos mecanismos de governança?

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Órgãos de Controle e Regulação Independentes são fundamentais. Mas é preciso ter uma "cultura" de respeito e de reconhecimento da sua importância. Infelizmente o patrimonialismo misturado com populismo não gosta de controles e de regras, que devem ser cumpridas. Atrapalham....

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Vamos ficar atentos e apontar os erros do governo,continuando assim a extrema direita voltará ao poder!Resultado econômico significa votos aqui no Brasil.

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Então a UE ainda está modelando os controles e contramedidas. Quem sabe, o Brasil não possa copiar depois que estiverem prontos, assim como fez com a LGPD, lei geral de proteção de dados pessoais.

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