Reflexões Semanais #2

O G20, Inteligência Artificial, Filosofia da Linguagem, A Natureza da Mordida

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Tenho me ocupado de temas relacionados à linguagem não apenas por prazer, mas também por dever de ofício. Afinal, é a linguagem que tanto tem seduzido economistas por meio dos avanços conquistados no aprimoramento dos Large Language Models, os LLMs. Meus colegas mais animados têm, inclusive, ficado muito impressionados com a incapacidade de distinguir entre um texto econômico gerado por um Chat Bot, como o GPT4, e o escrito por um economista “real”. Alguns acham que a semelhança atende às pretensões de racionalidade da profissão — aguardem um longo ensaio sobre a racionalidade.

Piadas prontas à parte, é controvertida a ideia de que passar no Teste de Turing seja comprovação de “inteligência” — para quem não sabe, o Teste de Turing, desenvolvido por Alan Turing, é a postulação de que se algo produzido por uma máquina é indistinguível de algo produzido por um ser humano, a máquina possui “inteligência".

Nas minhas explorações sobre a linguagem, muito tenho lido a respeito de sintaxe e semântica. Não vou me estender sobre o tema aqui, mas ensaios futuros virão. Quero apenas dizer que a imagem que ilustra esse texto foi uma brincadeira com sintaxe e semântica. Ela foi gerada pelo DALL.E, produto da empresa Open AI, a mesma do ChatGPT. Trata-se de um gerador de imagens que utiliza LLMs para cumprir a tarefa. Portanto, pedi, educadamente, o seguinte: “Por favor, gere uma imagem de mordidas no estilo impressionista". Não sei se há algo propriamente impressionista na imagem, mas as mordidas certamente não foram compreendidas por DALL.E. Ainda que tenha assimilado a sintaxe — verbos, substantivos, e tal — fugiu-lhe por completo a semântica e ficou devendo o LLM no Teste de Turing aplicado por De Bolle.

O G20 e o Teste de Turing