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Dia desses — no início da semana — José Alberto “Pepe” Mujica, ex-presidente do Uruguai, falou sobre as eleições no país vizinho.
“(…) a Argentina sempre nos surpreende. Argentina é uma coisa indecifrável, é um país que tem uma mitologia. Como se explica que o Ministro da Economia, com uma inflação como tem a Argentina, possa disputar a presidência? Sabe por que? Porque tem respaldo em uma coisa que não está de acordo com ele, mas que nele vota. Se chama Peronismo (…).”
Alguns não entenderam a fala de Mujica e ficaram indignados, achando que o ex-Presidente condenava a esquerda. Outros, como a produtora Brasil Paralelo e seus talking heads da extrema direita sapatênis engomadinha, adoraram a aparente condenação de Mujica — eles acham que Peronismo é sinônimo de Socialismo, o que é muito divertido. Sei que não se deve brincar com extremistas, mas confesso que não consegui deixar de dar umas gargalhadas ouvindo a empáfia desinformada regurgitada por comentaristas da “realeza” brasileira.
Mujica disse o que disse por ser um profundo conhecedor do mito Peronista. Muito feliz, aliás, sua referência à mitologia. O Peronismo é produto da imaginação — argentinos fazem do termo aquilo que bem entendem. Não existe política econômica “Peronista”, assim como não há uma ideologia acoplada ao termo. O que existe é uma fantasia, ou, se quisermos usar o termo Platônico, “O Mito Nobre”, a história fundadora. É preciso ter muita intimidade com a Argentina para compreender isso. É preciso ter a sensibilidade de Gardel, argentino e uruguaio.
Por una cabeza
Si ella me olvida
¿Qué importa perderme
Mil veces la vida?
¿Para qué vivir?
Quem foi Juan Perón? O que é o Peronismo? Ouçam o áudio a seguir.
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