Escrever é curioso. Há fases em que o ímpeto de pôr para fora é tão grande que é impossível contê-lo. Nesses momentos, escrevo todos os dias, às vezes mais de um artigo, ou conto, ou flash fiction, inundando-os, leitores. Naturalmente, muita gente não tem paciência ou tempo para acompanhar. Há outras fases em que a necessidade de introspecção paralisa. Paralisa de tal modo que a ideia de sentar e escrever torna-se quase abjeta. Imagino que para vocês essas oscilações gerem um tanto de perplexidade. Eis, portanto, meu novo pacto com vocês: a partir de hoje, a Newsletter terá pelo menos duas circulações semanais. Às segundas publicarei algo em português para saciar os adeptos do idioma nativo. Às quintas publicarei algo em inglês porque essa Newsletter é bilíngue, tenho assinantes que não leem português, e porque gosto de escrever em inglês.
Nos outros dias da semana, a depender da fase e do estado de espírito, publicarei muito ou pouco, em português ou inglês ou outro idioma. Como não tenho redes sociais, peço a vocês que ajudem a divulgar essa publicação trazendo para cá leitores interessados em temas diversos. E, quem puder contribuir escolhendo um dos planos de assinaturas, agradeço desde já. Sem esse apoio essa Newsletter perde muito do que poderá vir a ser. Quem sabe eu até me anime a voltar a escrever sobre economia.
Para não dizer que não falei de economia…
Na última terça-feira, 22 de agosto de 2023, foi enterrado sem cerimônia o ignóbil Teto de Gastos. Assinantes longevos dessa publicação e ex-participantes do canal — eu encerrei o YouTube e não retomarei o canal — bem sabem a quantidade de arquivos sobre o Teto no acervo. Na verdade, perdi a completamente a noção do quanto eu já escrevi e falei sobre esse assunto desde 2016, ano da criação da inutilidade perversa conhecida como Emenda Constitucional 95.
Durante a transição de governo no final de 2022 muito me empenhei, junto com pessoas queridas como Élida Graziane, para que a EC 95 fosse derrubada. Todas — sim, todAs, porque vale uma homenagem às mulheres incansáveis que toparam essa batalha — foram responsáveis pelo enterro de uma emenda que jamais foi cumprida devido ao seu péssimo desenho original e que, mais do que isso, transformou por vários anos a Constituição em decreto de programação financeira. A morte e o funeral da EC 95 foram vitórias importantes por motivos diversos. O mais importante? Estabelecer o lugar da política fiscal/macroeconômica. A política macroeconômica deve obedecer a Lei das Leis — a Constituição — e não tentar subjugá-la de forma tosca.
O novo BRICS é tosco?
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